F.I.N.O.
Formação de Inteligência Nacionalista Organizada, pode ser uma definição, ou simplesmente pela estrutura de seu corpo franzino, o apelido F.I.N.O., MC nascido e criado na zona sul de São Paulo, na região do Capão Redondo, envolvido com a música Rap desde 1997, trabalhou com o grupo Conceito Moral (que teve um bom destaque na cena Hip Hop, realizando shows com grandes nome do Rap Nacional, como Racionais, Sabotage, RZO, além de participar do Festival organizado pelo Governo do Estado de São Paulo e a gravadora TRAMA em 1999, onde ficaram em quarto lugar).
Em 2001, F.I.N.O. decidiu seguir seu caminho em carreira solo, e isso resultou no disco demo intitulado, MOCHILA DE RIMAS. Em 2005, lançou o EP: O SOM DO F.I.N.O., com 5 faixas. Ambos e com produção e gravação por RB STUDIO, e tiveram grande repercussão na zona sul de SP gerando shows e execução em diversas radios comunitarias.
Após isso, o MC, formou uma aliança com a banda de hip hop NÚCLEO, o que ocasionou diversas participações em shows e a gravação do disco LA CONEXION SP - MADRID. Disco este, no qual Nucleo e F.I.N.O. representando São Paulo fizeram músicas junto com outros diversos grupos de Madrid (Espanha).
Já em 2007, o encontro com o DJ F-ZERO, que dava início aos trabalhos do seu selo, MATERIAL CORROSIVO, resultou na criação e produção de algumas músicas, que hoje resultaram no trabalho intitulado QUARTO MUNDO.
QUARTO MUNDO
"Qu4rto Mundo" é um disco em parceria com o DJ F-Zero, responsável pela maior parte do disco, com o beatmaker Diamantee respondendo pelas duas únicas batidas que não passaram pelo crivo do F-Zero.
A primeira informação relevante: 70% dos samples utilizados nos beats são nacionais. Isso significa uma novidade em termos de produção tupiniquim e já diz algo sobre como o conceito do trabalho foi levado a sério. Em outras palavras, o tal quarto mundo de Fino já tem trilha sonora definida: ritmos brasileiros, de todas as formas.
O curioso, entretanto, é que a forma como os samples são trabalhos é bastante discreta. Não é uma tentativa gratuita de valorizar a música brasileira; na verdade, é bem provável que, caso você não tenha lido o parágrafo acima antes de ouvir o disco, não fique com a impressão da predominância de músicos nacionais. Os excertos são tratados de forma tradicional e não são a figura principal do álbum: o resultado final dos beats é mais importante do que as fontes utilizadas.
Para este trabalho, o MC baseou-se na trilogia literária (Sidarta, O Lobo da Estepe e Damian) do autor alemão, naturalizado suíço, Herman Hesse; fazendo com que este trabalho seja de certa forma muito mais intimista, pois busca não só analisar a sociedade e seus indivíduos como um todo, mas principalmente preocupa-se mais com a busca pelo seu eu e suas verdades em sua forma mais positiva. Quarto Mundo demonstra de forma ambígua, os pensamentos, buscas e reflexões que vão além do nosso Terceiro Mundo.
O mote do disco é Fino, e sua visão de mundo. O emcee fala sobre tudo. A onipresente rua e suas armadilhas, a paixão pelo rap, as agruras de um homem comum em uma metrópole incomum. É aceitável encarar "Qu4rto Mundo" como o manifesto da filosofia de vida de Fino, e isso pode ser facilmente justificado em faixas como "Um gole de vinho, um pouco de jazz" ou "Tranquilo".
Na verdade, assim é o tal "Qu4rto Mundo" de Fino. Um espaço tipicamente brasileiro, e não são apenas os samples os responsávies por isso, e sim a própria mentalidade do emcee. Podemos considerá-lo um bom representante do brasileiro comum: cheio de dificuldades, mas ainda assim otimista, crente que o mundo melhora no próximo dia. O cara que para para refletir, mas logo depois está sorrindo com os amigos. Um cara tranquilo, que toma um vinho e ouve um jazz para relaxar e fugir dos monstros e da violência gratuita.